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quarta-feira, fevereiro 24, 2016

We keep fighting to transform evil into good not because we have any choice, but because we have no choice.

We fight through the night and the darkness with light not because we fancy it but because all other means lead to despair.

We hold the banner of hope not because we have by our utmost reached it, but because we desperately seek it and hold to it.

...

"There is no light" whispers the night and our bowels answer "there is no hope"...
Our memory is our accuser and our hearts have no redeemer..

Who will cast life to the dead and laughter to the one that has been torn apart?
We hold on the banner of HOPE high; it is what we can do. Yet beyond our strengths, beyond our nature it persists, YES a banner that is born of our death and is therefore not of us. Cast away it was and is, yet it higher waves above our corpses because in us it cannot be found. Look above, raise your brow, there beyond death you will see it as vivid as the pain you now feel.

terça-feira, setembro 29, 2015

Não mais um des-amor


Enquanto meditava estes dias eu percebi o quanto amei.
Cada fragmento, ainda que quebrado, tal caco de vidro arranhado pelo asfalto, amei.
O problema maior está não no amor, mas em nao se des-amar.
O des-amor nunca foi inventado, não existe (e por mais que o diabo queira não existirá).

Quem por mais que quisesse pode desfazer um cafuné?
Quem por mais que queira consegue des-cheirar? des-chorar? des-dar-se?
Quem por mais que queira pode desfazer um ombro chorado?

"Fidelidade até mesmo à ex é o que tens" por vez me disseram.
Purissima verdade que só hoje entendo, ao saber por fim que não existe des-amor.
Realidade mais forte isso por fim traz a tona ao maior mandamento:
"Amarás" é o que o Senhor diz, não por assim necessitar, mas por não existir o des-amor.

sexta-feira, setembro 18, 2015

Hostiam viventem (sacrifício vivo)

\\ Sonho da noite do dia 10 para o 11 de setembro

Estava de frente para um púlpito em um gramado a céu aberto.
Cada uma das minhas tribos estava ali representada, Ivo filho de Johny, Ivo filho de Anhanguera, também filho das armas e filho do fogo; um pentecostal outro um índio nú.. olhavam para o alto e entregavam suas palavras de louvor às alturas. Havia muita sinceridade ali.

Junto a mim, outros olhavam ao pulpito/altar. "Que absurdo!", "Quanta irreverência.." diziam uns, "É a tão abençoado!", "Vejam a gloria de Deus"  diziam outros.. Meu coração se angustiava... já não podia ver nem ouvir o que me rodiava. As palavras nao passavam de  escárnio, julgamentos e julgamentos por feitos por corações rasos.

O impulso de chorar me tomou as entranhas e como um frio úmido que vai invadindo cada brecha chegou ate o meu coração. A minha face não podia mais esconder a angustia  feita evidente em minhas lagrimas..

Minha mae me tomou pelo braço direito e me puxava "ande meu filho" ela dizia. Andávamos ao redor do altar enquanto a cena continuava "ande meu filho, somente ande... nao ouça o que estao dizendo, nao se preocupe com o que está acontecendo ao seu redor, só ande meu filho.".  Uma volta ao redor do altar com a minha mae me acalmando, duas... a imagem se ofuscava.
...ao terceiro eu acordo.

sexta-feira, agosto 07, 2015

Penis de Dali, Cães e Demonios

// Em minha viagem agora para Alemanha sonhei com varias coisas. Deixo aqui registradas três experiencias, a primeira em Istambul, um sonho que tive no avião durante a connecção entre Tel-Aviv e Berlin, e os outros dois sonhos foram sonhados em Berlim, em minha estadia na casa do Renato (espero que consigam ler meu diário, sugiro clicar na imagem para ampliá-las).



domingo, julho 26, 2015

My Salvador Scribble Demons


After I've seen a partial exhibition of Salvador Dali's artwork and noticed this demon figure that seems to follow his drawings I've become more comfortable in sharing some of my own demons to the world. My demons, (smoke figures as a friend once called them) are from 2015/ 01.




quinta-feira, junho 18, 2015

Dois Inimigos, Duas Lutas, Dois Sonhos

// Esta noite não consegui dormir... acabei por ao menos preparar dois sonhos recentes que tive em Haifa. Espero que possa ajudar alguém.

// Bem, já que comecei a falar continuo... eu espero q o blog realmente esteja cumprindo o seu propósito de servir de fonte para obras maiores. Digo isso por ver demais bons recursos caindo nas mãos de pessoas erradas. Um ultimo comentário que eu peço a quem de bom coração passar por este post é que se faça uma oração por mim e pela belissima Anadoris que por ora parece tão distante. Se em tempos passados eu desejei reviver meus tempos nesta belissima ilha, e pensei que este compartilhar me traria mais proximo, infelizmente tenho sentido que o blog tem sido uma fonte Vidigardiana (para quem nao conhece... é uma cidade sem esperança - aliaz, onde ela reside com os ciganos regeitados). Não desejo prolongar estes sentimentos amargos, mas, somente pedir por esta oração.





sexta-feira, janeiro 16, 2015

"Ribs and Terrors in the Whale"

One could barely hear their whispering: ‘Jack, he’s robbed a widow;’ and ‘Joe, do you mark him; he’s a bigamist;’ or, ‘Harry lad, I guess he’s the adulterer that broke jail in old Gomorrah, or belike, one of the missing murderers from Sodom.’..

How plainly he's a fugitive! no baggage, not a hatbox, valise, or carpet-bag,—no friends to accompany him to the decks...

//Adapted from the book of the whale ch. 9


I've been there like the prophet before me.. you know, I thought I could buy the ticket and zarp off to Cadiz. I think I still do sometimes.. though not like him I might be more of a coward than of whatever he is.

Lend me your judgement if I may, who is the worst? One who goes to the port, buys the ticket and flees to Tarshish? Or one who hides from men's faces [and fine ladies] at the port and returns to the false comfort of his bed?

Don't tell me your answer [your fine judgement]... Thank you very much sir! I can live without it, for I know where your answer comes from I know your pocket is empty and that your mouth speaks of things your hand do not do! Argggg...

He has confirmed my understanding and feels my pain, though his mouth... arggg... once again there is no discussing with You! There is always a beautiful ending although corrupted paths seem to be forgiven and unanswered. Ill shut up ...

...

Then a voice said to me in my anguish. He says: "Filthy filthy! You are as pigs in my holy crib. Shout oh prophet! Lift up your voice and proclaim of the sins they have committed! And you my prophet, you must repent before me and bring me gift offerings and offerings of gratitude."

I say [though I hate the words that come out of my mouth]: "Damn you. My soul has lusted, my heart has received the fine linen and has invited Babylon [the whore] to visit me. You though have hardened her heart to repentance and hardened my hands that there shall be no pleasure in my sin and no path for my corruption." and continued "You have shown them left and right through me, yet my hands know not anymore the certainties of my childhood.".

He says: "This is a city of worship and I declare it Holy by the works of My hands. You shall not defile it and neither shall they have pleasure in their wrong doings. You oh prophet take your place and keep it Holy. Have I not given it to you? Can you not see the works of my hands? How can you doubt that if I give reason to dogs can I not give happiness to the saint that I have kept in my hands?".

I say: "I look forwards and I don't see the promises, I look backwards [like Lot's wife] but there is nothing there. The ports are empty, Cadis is no more, and the prophet [that came before me] has repented to sanctify what I wished profane... you have promised me greater things that my eyes do not see and my heart feels no pleasure in. Where is the happiness of the Holy one? Is the prophet [that came before me] pleased? or has he not also mourned at your good works?"

In the mists of my sins he said and did not tire to lift his voice: "You shall not have pleasure in things that do not satisfy. I have made for you a bed and a path through my Holy law, and it shall not depart from you even in your stubbornness [I have written it in your heart where you cannot reach]. You may look at me and be glad or look astray and pain in that which is not Holy. Behold, thus I say and will not repent. For the prophet that came before you has payed his lot[in suffering] though I offered him gladness, will I not give you of the same cup? I lay before you songs of happiness and you do not dance, do not wish for the songs of mourning for your lord has chosen Joy.".

domingo, dezembro 28, 2014

Duas pernas.

É tentador ... a cada vez que a gente coloca os olhos nas nossas pernas e abre os ouvidos. Sim, infelizmente o ouvido ouve muito bem a balançar do mundo, balanço agitado, apertado, aquele vermelho que te persegue em em sintonia afobada. A alma sente também o som. Não sei se melhor seria se não ouvisse... porque saber que este som coloca o teu coração sobre um prato frio?

Por um lado o coração é silenciosamente removido, por outro, não se dança.. Será que o som que Pitagoras outrora escutou foi de longa data esquecida?

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"Porque eles sorriem?" eu pergunto as minhas pernas.

"Tolo!  O que fazes aí imprudente! Não ouvistes o que foi dito aos antigos? O décimo primeiro: 'Não confiarás!' porém tu achas que vais achar um filho de Adão ou uma filha de Eva em meio ao mundo? Não sabes que pernas dançam conforme a dança deste mundo e se assopram conforme as potestades?" as pernas falam.

Continuei olhando. Nem sequer levantei os olhos para ver se havia sorriso nas suas faces, mas por algum motivo eu via os sorrisos sem alegria.

"Desgraçado! Amaldiçoado fostes quando te tornastes queixo caido! Ou achas que estes agouros te vem pelo muito andar?" continuaram as minhas pernas.

As minhas pernas se lembraram de algo de longa data esquecida. Fazia perfeito sentido! Acaso o skywalker em mim não é o mesmo sinal de águia visto em minha infância?

...

Não aguentei o silencio e respondi, sem saber se era eu ou profeta: "Tens razão! Porque me orgulhava de ser o queixo caído? Sabedoria havia naquela criança! Muito antes de compreender os significados de 'o teu desejo será contra ti'  alí te tornastes o queixo caído. Como um profeta destemido previstes a a tua própria maldição! Melhor seria se nunca tivesse visto o teu agouro, ou por acaso está enganado aquele que diz 'com o muito saber vem o muito enfado'? Deves decidir, ou não o saber ou o não entregar! Mas pela tua decisão escolhestes a maldição!".

Levantei a cabeça, vi livros, homens e mulheres buscando aquilo que não sacia. A dança do mundo continuava e eu ... só olhava.

sábado, dezembro 13, 2014

Flesh and Blood


This morning I woke up with a feeling of death. In fact I had a post ready for when I'd come back from service. It would be:

[Flesh says to the man that carries him: You have no where to hide.]

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A miracle a day.

I went to church with this feeling of death, my morning prayer before service was "Father, free me from this body of death." When I tried to pray at home it felt that I was a corpse  uttering meaningless and hopeless words to the air surrounding me. It was hopeless, meaningless and lifeless. Had I still a ghost in this shell?

Although this corpse felt nothing like it, I remembered the phrase "whoso eateth my flesh, and  drinketh my blood, hath eternal life"; and it echoed in my mind over and over. I really craved to feel that life that seemed so distant from the rotting body that followed me, do I have anywhere to hide?

I was determined that I would ask pastor Phill to break the bread with me and drink the wine of the holy supper that I may feel alive again (I write this in tears).

In the corner of the church (after I arrived) I opened the word in John 6 and reread the Son of Man promising life to all who come to Him. His words echoed in my mind even stronger (Please read here.)

...

The pastor begins the service with the following words: "we are here, people of flesh and blood". He followed by announcing the death of a close friend to the community and the coming a new born.

It was to much for me! My heart pounded inside the corpse. Whatever was happening I urged for it to stop inside. Could there be more of this battle within me. Death and life where before me, or should I say Death and no life?

"Let us read Psalm 30" Said the pastor. And I opened it, it said:

 "O Lord my God, I cried unto thee, and thou hast healed me. O lord, thou hast brought my soul from the grave (...) sing unto the Lord"

That was it! It was me crying out to God, and He heard my cry! He had mercy on the rotten corpse that cried for mercy, begging for life. Sing unto the Lord!

The message that followed was just more and more hammering, sawing, gluing together the body that I carried to the congregation.

"The dead in Christ will rise first" 1 Thes. 4.16-17
"Comfort your hearts and establish you in every good word and work" 2 Thes. 4.1-3
"to give you who are troubled rest with us when the Lord Jesus is revealed" 2 Thes. 1.6-10

These where some of the words that where shared during the service, and it went on and on. But what I longed for, still hadn't come. God had heard my voice from the grave, so would I receive life again?
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The supper. At last the pastor read I Corinthians chapter 11 from verse 23 on.

I truly didn't expect it. I was expecting to ask for it after service, but there it was a true gift from heaven. I ate the bread and I drank the wine [Finally!]. Like Moses ate and drank from Melchisedek, like the apostles in the last supper receiving from Yeshua himself, like so many before me. I was at the Lords table, not dead any more, but full of life! I could breath, and see, hope again took over me, God truly heard my cry (with and without tears)

In obedience I will therefore sing to the Lord, I will comfort my brothers and sisters that feel in death, I will proclaim that "we should be holy and without blame before Him in LOVE" for "He chose us in him before the foundation of the world" Eph. 1.3-6. Please let us live in the fullness of his promise, and brothers, help me also do so in accordance to this life that He has given unto us.

sábado, setembro 06, 2014

O יוסף[José] que não sou

// Este sonho tem conteúdo mais forte, favor manter descrição e prudência ao lê-lo. Ele foi sonhado na noite do dia 2 de setembro deste ano de 2014.




Esta noite eu sonhei, após ter acordado de madrugada as 4:30, que o Omer, o meu colega de república, e a sua namorada Júlia organizaram uma festa naquela noite. Eu tinha acordado e visto vários rostos familiares, todas pessoas que vi porém desconheço em Israel.

Neste sonho uma menina me seduziu. Esta menina a medida que ela ia se aproximando e me seduzindo, ela ia se despindo e a sua força de sedução ia me seduzindo cada vez mais. A medida que ela se despia e a força de sua magia se tornava mais forte, ela paradoxalmente se tornava menos atraente. Este processo seguiu até o ponto onde ela estava completamente nua e eu parado estava parado e vestido. Sim, imóveis e abraçados ela esperava uma reação minha...

Eu por minha parte a soltei de meus braços e sentei na escrivaninha ao lado. Ao nosso redor, lotado de gente, aparentemente ninguém naquela festa lotada estava sequer consciente de nossa existência.

Ela me perguntou: "O que você está fazendo?" e esta pergunta se tornou minha também... será que era porque tinha gente por perto? Era o barulho? Porque eu não estava avançando nela?

Quando respondi: "Estou fazendo como יוסף[José] do Egito"

// Eu fugi, sim. Assim como José eu fugi. A minha fuga, diferente da dele, não foi física mas intelectual.. o importante é fugir quando somos incapazes (sempre não é?), mas será que fui capaz de fugir mesmo? É possível fugir da mente e da alma suja que há em mim? Por fim me pergunto se é realmente possível fugir (de qualquer forma que seja), ou se o que fizemos (eu e o יוסף) não é apenas um símbolo que representa nossa não conformidade com o pecado que por mais que fujamos somos incapazes de impedir...

// Acho que é o segundo caso, infelizmente. Senhor! "Nos livra da maldade e sujeira que somos, pois não há onde fugir se não em tí, e para ti não há quem consiga ir."

Esta cena se passa...

Depois disso também tive uma cena com outra mulher. A outra não era suja... a outra ela era atraente e bela.. foi só por um relance, mas era quase como uma confirmação de uma promessa de que valia apena a luta.

Para mim pareceu uma provação do Senhor em sonho. Eu não sei dizer se eu fui aprovado pois apesar de minhas ações me afastarem da mulher suja, o meu coração ainda pecou em carne. Apesar de ter me afastado dela, acaso eu também não abracei?

A quem o Senhor aprovará? Salvação Senhor é o que nós clamamos! Misericórdia!

sábado, agosto 09, 2014

[אנשים] Skywalker em mim

Eu não tive misericórdia nem coração.

Elas me olhavam sem entender o motivo do massacre, motivo que só eu entendia e vivia intensamente em cada golpe e a cada corpo que caia no chão. Tudo tinha motivo.

Eram meninas jovens.. estavam todas num jantar de gala conversando e convivendo. As meninas eram asiáticas, os homens não necessariamente.

Entrei no ambiente com a catana na mão sem causar nenhum alarde. Com o sangue frio eu fui furiosamente cortando os seus corpos. Ninguém reagiu. Confiavam em mim? Uma a uma das meninas até que todas eram pedaços de carne no chão encontraram o seu fim com os meus golpes, e os homens? Nada fizeram só olharam.

Eu paro para contemplar a cena de horror que causei quando sinto uma gota de sangue escorrendo de minha cabeça. Coloco a mão e retiro uma placa óssea que estava solta no solidéu de minha cabeça. Eu não estava morto.. zumbificado porém vivo. Alguém recolocou o solidéu em minha cabeça mas ela nunca mais se encaixou perfeitamente.
...



O sonho continuou como se nada tivesse acontecido. Segui meu caminho ao trabalho, me reuni com alunos, passeei com meu pai, assisti treino de futebol e saí com amigos.

Teve uma cena que convém destacar que mostra uma luta interna correlata: Estava com 3 amigos de BH que iriam para a Igreja comigo. Quando estávamos para sair os 3 mudaram o destino e apesar de me incentivar a seguir o meu plano original não me acompanhariam... eu não queria mais uma caminhada solitário, queria companhia. Me condoí com a situação, mas deixei o lado mais fraco de mim vencer, segui os meus amigos e não o meu ideal.

// Neste momento me lembro nítidamante de vir em meu coração a parábola do homem que encontrara um tesouro no campo e que vende tudo para comprar aquele campo... eu não estava disposto a vender tudo naquele momento... este era a minha dor interna.

sábado, julho 26, 2014

A irmã de לב [Coração]

// Sonho do dia 25 de julho durante a pausa do almoço - Teófilo Otoni, Minas Gerais

Ela descia do carro... buscou as chaves na bolsa para abrir o portão de ferro. Sua casa era numa rua inclinada, com uma árvore ao lado da entrada mais utilizada. O carro ficou na diagonal com a porta entreaberta para dar passagem a outros veículos pela rua enquanto ela distraída gastava o seu tempo para não deixar o carro na rua.

// Esta é a entrada da minha casa em TO.

Enquanto ela ainda olhava a bolsa, descendo pela parte alta da calçada um rapaz de porte alto e moreno e cabelos cortados e penteados se aproximava. Ela era baixa, cabelo cor de rosa solto, com tatuagem e percinge como heranças da sua adolescência.

// Alguns poderão reconhecer os personagens..

Eles se conheciam, mas ela não viu ele se aproximando... por um segundo o sonho parou e ao retomar os meus olhos ele estava colado nela, talvez próximo demais para uma pessoa bem intencionada. De fato meus olhos na hora se atinaram para a direção que suas mãos e sua boca se dirigiam ...    ... ao mesmo tempo não me escapou a reação de repulsão que ela demonstrava com seus membros.. o que os meus olhos me mostravam? Não era exatamente aquilo que acontecia...

Seus braços empurravam a cintura dele para trás, mas porque o seu rosto se inclinava para frente?
Um pé se colocou para trás, mas porque o outro se colocava por entre as pernas dele?
Os ombros se recolhiam, mas porque os seus lábios foram em direção aos dele?

Imediatamente eu saio da minha posição de expectador e começo a gritar.."O que é isso? Luciana* ele está te mexendo com você?" Eu estava furioso.. "Não não Ivo.. não faça nada com ele." era o que ela falava enquanto ele se virava e fugia e ela abaixava a cabeça com vergonha. A cena se dissipava aos poucos...

O que me pareceu ser alguns minutos depois, eu estava no telefone com o Daniel*. Depois de uma longa discussão com ele lhe expliquei que nunca toleraria ver alguém molestando um amigo.. isso incluía ele! Não no jeito que você leitor está pensando, digo, não toleraria ver uma pessoa molestando o Daniel da mesma maneira que não tolerei ver ele molestando a Luciana... "eu seria capaz de rasgar a pessoa no meio" eu pensava enquanto minha boca dizia palavras bem mais amenas.

// *Nomes fictícios para os dois personagens da cena.

A tempestade de areia interna se acalmava aos poucos após a ligação...

Descendo da mesma rua que o Daniel descera veio uma menina, talvez a metade do meu tamanho de vestidinho e laço no cabelo. Sua mãe vinha logo atrás com seu irmão ainda no colo.

Eu me abaixei e me voltei para ela "o que você acha do que eu fiz por você?". Ela pensou olhando para os pés e disse "acho que você tem de ser mais calmo..." dizia sem aprovar e nem desaprovar.

// Na verdade no sonho ela disse "menos estressado", mas eu tomei para mim este significado.

Quando ela disse isso ecoava em minha mente e no meu olhar buscante "mas ... mas eu fiz isso para te proteger!?!? " e outras coisas mais vinham para inquietar a minha mente, enquanto o sonho se dissipava novamente para não mais voltar.

// Esta cena me diz bastante sobre mim. Os personagens são muito bem definidos e claros: Luciana é a minha sexualidade, Daniel representa a minha vontade e o presente, a menininha é a minha inocência; você poderia pensar ne menininha como uma irmã do coração(o menininho de colo, reclinado sobre o peito da mãe é o coração). Eu percebi que a Luciana luta contra a vontade, mas nem tanto.. no fundo ela quer que o Daniel a alcance e a satisfaça e por isso a contradição em seus atos. Quem não está nesta luta? Luta que quer ceder e viver o proveito das vontades?

// Eu brigo contra a vontade, mas mesmo assim, no telefone fui capaz de mostrar ao Daniel que ele é meu amigo e que eu quero proteger ele também... mas ele constantemente está tentando molestar alguma parte de mim! A vontade é uma coisa que deve ser protegida sim! Mas ela é constantemente o assaltante das partes mais e menos vulneráveis do nosso ser. Você jé percebeu que a vontade constantemente ataca e molesta a si mesma? A vontade é um cão teimoso e difícil de se lidar!

// Quando a vontade se encontra com a sexualidade indefesa, é neste momento que eu não posso ficar como expectador, pois quem está em risco é a inocência...  mas porque a inocência não ficou feliz? Não me agradeceu? Será que ela, como a sexualidade, quer ser tomada pela vontade? Acho que não.. alias, espero que não...  se assim fosse haverá alguma parte de mim a que vale apena zelar?


// Quero acreditar que a queixa da inocência foi que ao sair da cadeira de expectador eu não me permitia ser inocente ou viver a inocência... de fato ao me posicionar como um protetor feroz da inocência eu não deixo ela correr em meu sangue. No lugar da inocência sou tomado pelo furor, pela consciência da maldade e pela contradição..

// Viver a inocência é realmente um mistério... se lutamos para mantê-la, não a vivemos, se nos deixamos na cadeira de expectador ela é indefesa por si só. Quem irá protegê-la? Esta é a minha oração: "Pai, tome o meu coração, como uma mãe toma uma criança de colo no peito. Proteja a minha inocência como um pai que zela pelos seus filhos. Amém!"

domingo, julho 13, 2014

Um Curto Sonho de Manifestações


Eu lia a respeito do Mr. By-ends e do Mr. Hold-the-world e seus diálogos no caminho para a cidade celestial.. meu peito doía ao compreender e sim, odeio confessar, concordar com seus argumentos...  quantas vezes não fiz isso? Justifiquei meus atos "santos" por finalidades de vencer o mundo?

O sono me alcançava durante a leitura.. e em um piscar de olhos eu me vi nas manifestações com meu companheiro de manifestações na Av. Abrahao Caram. Meu amigo se chama "Loucura para o mundo", e eu me agradei muito de tê-lo como companheiro durante minhas peregrinações em Belo Horizonte. Naquele sonho eu relembrei e revi os atos q considerava errados, mas ao mesmo tempo entendia a urgência em q as decisões eram demandadas... erros acontecem com uma frequência maior do q desejamos nestes cenários.

Ao acordar do breve sonho escrevi:
" Acabei de entender em sonho q eu posso reconhecer os erros com mta mais facilidade do q propor soluções.
Ainda assim dos erros eu devo me arrepender! Perdão Senhor pelos meus erros da minha intimidade q não sei solucionar e pelos eventos de urgência política q reconheço a necessidade e o erro, mas não sei agir!"

e continuei...

"Melhor uma possibilidade de acerto pela fé do que uma barganha com certeza do erro pela desesperança.

É muito ruim ser vítima.. principalmente sabendo q vc poderia ter barganhado seus princípios para evitar o sofrimento. Eu não quero barganhar.. o pior ainda pode acontecer Ivo, se imagine barganhando seus princípios para aliviar o sofrimento e por um puxão do tapete o sofrimento ainda assim venha? Terá perdido o primeiro e o segundo. Agora se vc não barganhar os seus princípios, estes ninguém tira de vc.

Viva a esperança Ivo! O conforto desvirtuado não vale a pena!"

quarta-feira, junho 18, 2014

Lightbringer in Achor

//  “I am the lightbringer to this dark world. Whoever follows me tonight will dissipate darkness and live in hope and peace forever.”  (Addapted from John 8:12)
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// Long ago I heard of this wretched valley and now my pilgrimage has brought my feet to this place, the valley of Achor. Achor is the valley where Achan brought disgrace uppon all of Israel (Joshua 7). In this place so many have followed Achan's steps to hide the spoils of battle believing there will be no consequences. Unfortunately it has been like soo for so many years and the concequences infact have still not arrived. Achan's punishment was not enough to contain the greedy and neither have there been any among us capable to undo the wrong done in Achor.

// Today, it seems as if in Achor evil goes unpunished and to do good is a torment.

// It is written that "There I will give her back her vineyards, and will make the Valley of Achor a door of hope." (Hosea 2:15). Achor, my friend, is despair, trouble, undeserved punishment, injustice, intolerable crimes and craven's doings. It is not written that "I will make My house of prayer a door of hope"  in the contrary, the voice that prepares the way is found in the desert, far from the temple, far from comfort, far from prepared food and a warm blanket.

// What then can restore our vineyards? In a valley that produces disgrace the answer is clear and hopeless. It comes to you like a whisper in the night, an unwanted visitor that enters your home from underneath the crack of the door saying the correct answer ...                                             ..."nothing" it says and immediately leaves you alone with no chance to respond nor to look into his eyes. You are left with yourself and tears, if I may commend.

// In this valley if you stay even more still than the night then you may hear what is not being said. But for that you must search in the right places. These places I cannot descibe, and most probably where we wish less to search or even when we give up searching; then we may read what is not written... they say that He himself came to the desert in search for blessing in the waters... baptized by the hands of the one that dwells in this wretched place. It is also said that He was visited by the unwanted as well in this place...

//  These are the words that I, pilgrim Theophius, heard in Achor: "I know how to unleash eternal power"  (Addapted from Mathew 28:18). Although I must say, these words are not here in Achor to be heard.

// This was the voice in the desert that brought me these words:





Pentakill - Lightbringer

Fellow armsmen, I ask you,
Will you follow me tonight to break their spine,
And reclaim what once was mine?
Those cravens.

Backstabbed me, deceived me,
Never shall I tolerate their crimes again,
Now let the hunt begin.

7000 souls, scared and daunted, such tale of woe,
Not too long ago, this village was a golden
scene of hope.

Call down the reckoning,
To bring back hope and peace,
Restore our gloria,
To live forever.

Bring down the dark regime,
I know how to unleash eternal power,
Lead us to order,
I am the Lightbringer!

Fellow warriors, I ask you,
Should my campaign come to an end?
There’s way more to avenge.

15 million souls,
Living in this realm without much hope,
Not too long ago, this kingdom was a golden
state of hope.

domingo, maio 11, 2014

De volta para casa [Parte 3]

Noite uma semana depois da páscoa (data incerta).


Meu corpo balançava com as crateras na pista enquanto o jipe prosseguia na estrada irregular.

No carro outros peregrinos me acompanhavam, atrás de nós seguia o jipe conduzido pela Suzana. Todos os peregrinos estavam sujos com a poeira do caminho que se acumulava em todo canto. Íamos a todo vapor!

A paisagem que nos cercava era de um bosque de pinheiros frondosos, por todo lado se via mata, e a estrada seguia seu caminho sempre em frente.. para trás ficavam as marcas dos pneus e a poeira que se levantava. Apesar de bonita sabíamos que o bosque nos apresentaria algum perigo se nos descuidássemos.

Um edifício despontava à esquerda da estrada, ele se mostrava estranhamente familiar aos meus olhos. Minhas mãos estavam firmes no volante quando as imagens de minha infância foram recapituladas diante dos meus olhos, memória trazida pela silhueta do edifício. Sim, era eu pequeno nas mãos de minha mãe, cercado pela segurança dos de minha igreja. Lá dentro parecia que nada poderia me atingir, como poderiam os mortos entrarem na segurança daquele forte? Todos eram treinados e bem alimentados, naquele ambiente.

Onde estava eu agora?.. na estrada.

Aquela cena de minha infância só me traria um contraste para os perigos e inseguranças que vivemos na estrada. Aquele mundo não existe mais, são só memorias. Hoje o peregrino Ivo David caminha, vasculha por alimento e teme por sua vida. Não só... por enquanto.

O edifício se aproximou.. diminuímos a velocidade. Era de tijolos vermelhos, parecia uma escola abandonada ou seria uma igreja? A estrada passava pelo pátio onde haviam tanques enormes que o jipe não sairia se não fosse bem conduzido. Todos olhavam atentos para aquele local..

"kak kakka ... pof" foi o som que o motor fez subitamente parando em frente aos tanques. O jipe de trás parou brevemente para ver de que se tratava nosso problema.

"Saudações peregrinos! Entrem!" Um homem de terno bradava em vos alta do pátio. Haviam outros armados ao redor dele e por mais convidativo q fossem as suas palavras nos sentimos ameaçados. "Entrem irmãos e encontrem descanso na casa do Senhor!" gritava o pastor (sim era um pastor e suas ovelhas).

"Devemos prosseguir o nosso caminho!" eu respondi "Somos peregrinos e estamos retornando para a casa do Pai!". O nosso grupo estava temeroso, o jipe de trás estava com o motor ligado pronto para acelerar em caso de qualquer problema. A minha jipe e os que comigo estavam nada podia fazer...

"Esta é a casa do Pai! Venham e vejam, há muitas moradas!" Respondia o pastor enquanto os seus nos cercavam. Haviam outros armados no alto do edifício. Aparentemente era só um sinal que pronto, estávamos mortos, rendidos nas mãos deles.

"Não queremos ficar pastor, é no caminho que está o nosso chamado." lhe disse... Eles se aproximavam lentamente. "Não queremos confusão, mas vcs não podem nos forçar a ficar aqui e se seguem a vontade do Pai, não podem nos matar ou roubar do pouco que temos." A tensão se acumulava, nós estávamos totalmente rendidos, quase sem armas, carro estragado e cercado por "ovelhas" armadas e treinadas em seu pátio.

O pastor tinha tudo sob controle, levantou uma mão em sinal para os seus.. "não podemos matá-los, mas eles podem.." abaixou sua mão quando um sirene soava forte. O som era como destes de intervalo de escola amplificado pelo sistema de som da igreja. Um holofote destes de estádio do futebol se acendeu iluminando o pátio. Tudo chamava atenção para os mortos.

Imagens de minha infância voltavam.. Maquiavelicamente aquilo fazia sentido. Não era perfeito aquele plano? Eles não podem matar, mas os mortos podem! Eles não podem roubar os vivos, mas aos mortos podem! Estavam treinados e bem alimentados as custas de aterrorizar peregrinos e deixá-los serem devorados pelos mortos... e quem sabe algum morto não lhes traga alguma surpresinha? Um relógio ou talvez um dente de ouro?

Era loucura ficarmos ali.. o jipe da Suzana saiu em disparada quando tudo ficou devagar e minha mente. Eu ignorava os tiros que eram trocados, os amigos feridos e o equipamento que ficava para trás no carro. Naquele momento em nosso carro corríamos cada um por sua vida enquanto os mortos esfomeados caminhavam lentamente em direção do som e dos holofotes. Enquanto isso... os irmãos atiravam em nós.

A escuridão da noite que tomou aquele lugar durante minha discussão com o pastor foi providencial para nos escondermos. A minha corrida me levou para um deposito escondido atrás da igreja. Eu tateava para entender o ambiente. Na estrada eu já tive fome, medo é uma constante e agora eu peregrino Ivo David estava pela primeira vez cego. Me consolava saber que os holofotes atraiam os mortos e a sirene abafava os sons dos meus passos.

Um morto me viu. Seria aquele o meu fim? Onde estavam os outros? (minha consciência voltava) Devem ter se escondido nos bosques.. Com a consciência entendi e vi as dimensões do deposito que eu me enfiava. Agarrei uma estaca que atravessei o morto pelo olho.

De relance troquei olhares com um companheiro escondido no bosque perto de onde estava, uffa! Não estava só.. foi quando um dos "irmãos" nos avistou. Saltaram dois amigos meus dos arbustos e lhe renderam, "Ivo devemos matá-lo?". Perguntaram esperando meu comando, quando lhes disse:

"Não! Deixem-no ir... não somos como eles."


// Fiquei com este sonho na cabeça por um bom tempo. Não sabia o que fazer dele.. ele era simultaneamente tão cheio de significados que não poderia ignorá-lo e simultaneamente cheio de dificuldades para serem compreendidas.

//Peguei estrada de TO para BH final de semana passado e assim tive muitas horas para refletir nesta experiência. Foi quando percebi alguns significados no sonho que não diferem do que que vivi na [Parte 2]. No inicio do sonho estou de carro e bem acompanhado; desta vez a Suzana, uma cristã autêntica da ABU de BH, e o jipe cheio de companheiros representa a minha caminhada de fé em BH que foi bem acompanhado, seguro e rápido.

//Os primeiros problemas que tive no meu carro foi diante dos tanques do pátio de uma igreja. Sim, estes tanques são novamente os tanques batismais onde tive problemas na igreja que frequentei em BH. Em BH fui literalmente julgado perante a Igreja e "condenado" a batizar novamente, foi uma cena terrível para minha caminhada de fé em BH. É neste momento que meu carro quebra e eu não consigo progredir na velocidade que progredia antes.

// As cenas da minha infância bem como os conflitos de "matar ou não matar" são um reflexo dos conflitos internos que tenho vivido em minha fé desde as primeiras crises em BH. Em BH descobri muitas mentiras que foram contadas a mim desde minha infância a respeito de supostas verdade cristãs que "todos devem praticar" e que na pratica poucos realmente praticam. Isso tem gerado em mim uma seria dificuldade de interpretar a verdadeira caminhada de fé.. por isso vi tanta semelhança entre aquela emboscada cristã e minha infância, me vi na situação de ser emboscado e fugir por minha vida e me vi com um "irmão" emboscado e com a oportunidade de tirar sua vida.

// Em BH eu tive a oportunidade de participar de uma reunião de oração de uma igreja presbiteriana no bairro Buritis. Confesso que não conseguia orar em palavras por causa dos meus pensamentos no sonho que se misturavam com meu cansaço, mas la nesta reunião de oração eu me senti bem. Quando eu fechava os olhos para orar eu me via constantemente em um abrigo com mantimentos, cartas e mapas deixados por outros peregrinos. Foi ali que eu consegui ver um pouco melhor o papel da igreja como instituição no caminhar dos peregrinos. De fato a Igreja é quem está no carro com vc na sua caminhada, mas as instituições podem fazer 1 de dois papeis: fazer reféns e prendê-los com ameaças nas suas escolas/templos ou deixar um abrigo aberto com descanso e refugio para passar a noite. No primeiro vc vai estagnar sua caminhada, no segundo vc vai recuperar as forças durante a noite para prosseguir o caminho no dia seguinte de volta ao Pai.

sábado, abril 26, 2014

"Eu vi Anadoris. Um relance, um sonho em oração breve, oração de arrependimento e perdão. Minha carne é fraca, e por um breve momento o sono me levou na oração e eu pude ver as praias de minha amada Anadoris.

Obrigado..." (Experiencia vivida no 2º semestre de 2013)



Estas eram as palavras q me vieram ao coração naquele dia. Fazem anos que não vejo esta ilha e muito menos ouço a voz de quem o criou com tanta clareza. Como as irmãs mais velhas de Anadoris, ela não é encontrada com facilidade, quando eu menos espero lá estou levado por Ele como ato de misericordia..

Até hj eu busco a paz q parece só existir por lá. Quantas vezes não orei para fazer de Anadoris minha morada?

Aqui estou. Nem em Anadoris e nem em Minas Gerais, mas numa terra nebulosa onde o certo e o incerto co-existem. Aqui estou, não sem muita luta entre vontades e realidades, entre sonhos e oportunidades, entre medos e virtudes; sim, medo.

Me lembra da velha frase encrustrada num solideu (uma cobertura utilizada "somente para Deus"):
"Todos os dias luto por minha vida e venço.
Todos as noites luto para lembrar meu nome e perco."

Uma vez me explicaram sabiamente "a dança é como uma luta". Será mesmo verdade? A luta forja o homem, a luta traz seu rosto em terra, a luta te humilha e te enaltece; é o que dizem. Mas e a dança? Me dirão simplesmente: dance, deixe-se levar e leve quem se deixar... esta eu desconheço.





quarta-feira, abril 23, 2014

De volta para casa [Parte 2]

Noite do dia 19 para o dia 20 de Abril de 2014, CR de Governador Valadares


Dormi...

Eu me vi em um carro, estava no banco de carona com a Ana minha vizinha de BH, ela dirigia. Voltávamos para casa. A Ana é uma ótima pessoa, ela é atenciosa e uma cristã verdadeira. Ela me perguntou se estava com fome, eu concordei e ela parou o carro para fazermos um lanche para depois prosseguirmos. Os nosso caminhos dali em diante seriam diferentes apesar do mesmo destino; eu iria a pé e ela ainda passaria de carro pela universidade antes de prosseguir. Estava em BH, olhei as opções do subway e fiz o meu pedido, estava tudo muito tranquilo.

Tendo comido me despedi da Ana e segui meu caminho.
//Este primeiro momento representa meu tempo em BH, quando estava bem acompanhado, estava seguro e tinha boa comida espiritual ao meu alcance.

Minha caminhada me levaria a uma região perigosa... não me agradava aquilo, justo no momento que eu mais precisava de um carro e de companhia eu teria de enfrentar uma região perigosa sozinho. Passaria em frente a uma loja de tecidos, daquelas que rolos e mais rolos são empilhados e por vezes deixam cortinas de variadas cores escaparem pela faixada da loja... reparei bem nas feições das pessoas, o clima estava tenso. Quando cruzei a entrada principal entendi o que se passava, num breve instante eu vi e logo desviei o meu olhar com aversão do corpo de um policial e de um lojista que estavam estirados no chão.

Haveriam mais mortos? Porque os mataram? Não sei.. preferi não olhar mais, pelo contrário fixei meus olhos para o caminho que deveria seguir e acelerei o passo. Apesar dos olhos fitos no caminho a mente estava naquela cena horrível! Naquela região a explicação certamente se deveria ao crime organizado. As vezes parece que o mal sempre dá o seu jeito de se não tirar vantagem, ao menos fazer o justo pagar mais caro! E era isso que estava acontecendo, quem deveria estar perseguindo quem? O policial perseguir o bandido ou o bandido perseguir o policial? Que raiva, que ódio... o justo pagando pelo pecador! Porque que o caminho de volta para casa tem de passar por aqui? Isso me deixa revoltado com o caminho, com o mundo e sim, com Deus... Deveria voltar lá e ajudar? Aff... numa região onde até policial morre para bandido e nós meros cidadãos comuns o que podemos fazer? Aff..

//Meus últimos tempos de BH e agora em TO eu passei por maus bocados. Me feri muito em ver "o mal prosperando" e o "justo sofrendo". Ainda vivo este tempo de reconhecer isso e tentar não acentuar a crise interna q isso gera em mim. Esta parte do sonho Deus confirma para mim, e não nega, a minha percepção de que o mal prospera e o justo paga a conta. Ele me mostrou que me poupou de ver muito mais ao me permitir acelerar o passo e não ficar olhando para a cena do crime.

O caminho de volta para casa é árduo, eu pensava...  mas caramba! precisava ser assim? Bem, eu prossegui, certamente caminhar seria melhor que ficar por ali. Logo em frente eu me vi entrando em uma gruta. Desta vez parece que outros, que eu não conhecia, caminhavam no mesmo sentido. O caminho da gruta ia se afunilando e afunilando até que o teto forçava os caminhantes a ficar tão prostrados que somente arrastando o rosto no chão poderia prosseguir. A primeira vista eu achei q o caminho estava em seu fim, se eu não tivesse visto alguns que seguiam a minha frente passar por um buraco tão estreito eu provavelmente nem acreditaria que a gruta daria passagem. Alí, em caminhada solitária, haviam outros que passavam pela fenda e isso me confortava.

De rosto em terra, eu, peregrino Ivo David também passei.

//Esta parte do sonho, de forma bem pitoresca, Deus me mostrou que eu caminho um caminho estreito que exige a humildade e fé. Não vemos o que está do outro lado! Olhando assim até parece que não dá p passar pela gruta de tão estreita! Mesmo assim temos exemplos de pessoas que ja passaram para o outro lado e isso pode ajudar a gente a firmar a nossa fé!

Do outro lado da fenda a luz era escassa, haviam outras pessoas. Porque estavam paradas? A caverna se estendia adiante quase como um túnel. No chão afrente a neblina cobria alguma coisa que todos temiam pisar. A intuição dizia que era água, mas quem se arriscaria? Quantas coisas poderiam estar ocultas na agua que seriam o fim de qualquer um de nos? As pessoas se acumulavam, alguns tentavam escalar pelas paredes ou o teto do túnel.  Ninguém queria se arriscar com o que estava no chão.

Um após o outro tentavam escalar e caiam ainda na segurança da margem daquela nuvem maldita. "Eu ja fui treinado." pensei, "se alguém vai conseguir passar por aqui, vai ser eu" e com as mãos na parede fria e úmida comecei a escalar. Na hora eu nem percebi o quão prepotente e cheio de orgulho foi aquele pensamento, agora eu vejo. Os outros observavam atentamente para repetir a proeza.. eu conseguira ir mais longe que os outros que ali se acumulavam atemorizados pela água. O peregrino Ivo David estava no teto da gruta acima da água coberta em nevoa, onde nenhum os outros ali conseguira chegar. Eu me observava de onde os outros me olhavam e justo quando a escalada parecia ser impossível ali o peregrino Ivo David em desespero e aflição caia nas águas que todos temiam. Sim eu caí.

O orgulho traz a queda.

Minha visão ja não era distante, mas em mim mesmo novamente quando eu gritava e sentia minhas pernas sendo puxadas pelo lamaçal que estava abaixo da nevoa. A sensação era de uma areia movediça que todo movimento meu só me traria mais próximo da minha morte. Eu gritava "Eu vou morrer! Eu vou morre!" olhando para os outros. Não foi a minha percepção que me trouxe a consciência mas a deles quando gritavam "Calma Ivo, vc ja passou por tanta coisa pior! Confia! Siga adiante!". Aquelas palavras me trouxeram ânimo e força, me lembrei "sim é verdade, eu ja estou morto para este mundo! O que tenho a temer? Eu ja passei pelas águas batismais!" Foi aí que uma consciência súbita me tomou a mente de que poderia nadar naquelas águas fétidas. Aos poucos fui virando as costas para os que ali estavam; dentre eles reconheci a Dani de BH. Aquela queda me trouxe sentido, Deus usou a meu fracasso para mostrar para todos que ali estavam que era possível nadar por aquelas águas que todos temiam, bastava morrer para si mesmo.

//A fé se opõe mesmo a visão! Para entrar na gruta, não podemos ver nada do que la está.. e no túnel a visão só te traz escuridão. É a fé que nos guia e não nosso treinamento de igreja para escalar as paredes ou o teto. Devemos todos passar pela morte continuamente na caminhada de volta para casa. Eu senti que ali neste sonho se confirmou a minha experiencia de batismo e relembrando dela eu teria forças para nadar nas águas da morte.

//Para quem não se sabe eu tenho passado por uma fase onde o mundo tem oferecido atalhos para a solidão do caminho e está sendo muito difícil para mim. Eu tenho tentado de todas as formas "escalar as paredes" para não precisar morrer para o mundo, mas Deus do seu jeito (que implica em minha falha) me leva novamente a água da morte para negar os atalhos que o mundo oferece.. desta forma Deus tem me confortado de que devo nadar no escuro pela fé. Este é o caminho para casa! Em seu tempo ele me trará a companhia que busco e tanto sinto falta em minha caminhada.

//Neste sonho também Deus me mostrou o quão importante é que a gente se livre dos "tijolos" que guardamos em nossa mochila. Afinal a caminhada é árdua e na água estamos fadados a afundar se estivermos sobrecarregados de fardos deste mundo.

segunda-feira, abril 21, 2014

De volta para casa [Parte 1]

Noite do dia 19 para o dia 20 de Abril de 2014, CR Governador Valadares.



Eu quero aprender a perdoar, que coisa mais dificil!

Naquela noite com cabeça no travesseiro eu orei. A cada pessoa que passa na minha vida eu insisto em carregar uma mágoa que parece que não se desfaz, e mágoa por mágoa, ferida por ferida, traição por traição o peso se torna terrível, insuportável e esmagador! Se eu ao menos conseguisse perdoar : / Orei...

Já tem um bom tempo que este assunto me assola. Como é possível perdoar? Se meu funcionário me rouba devo eu contratar ele mesmo assim? Devo devolver a honra ao que me traiu? Devo retornar a liberdade do cativo que me estuprou?

Confessei que não consigo perdoar, nem sequer consigo compreender.. é mistério. Mais profundo que o oceano são as concequências de um verdadeiro perdão.

Eu quero perdoar.. é o que orei. Cada amigo, familiar, conselheiro, parceiro que me feriu. Aqueles que não consigo mais olhar nos olhos, aqueles que cometeram males sem me pedir perdão, aqueles que não podem me retribuir e aqueles que optam por não fazê-lo ainda que podendo. Eu quero perdoar!

Ele não me mostrou nenhum sinal. Nenhuma reação de que iria me mostrar como perdoar as ofensas dos que me ofenderam como Ele perdoou as minhas ofensas.. Ele não quis falar eu então continuei.

Uma proposta é o que lhE fiz, um exercício. Me vi como peregrino no caminho. Eu pausei minha marcha em direção a Casa, tirei minha mochila e coloquei aos meus pés. Abri a mochila e lá estava todo o meu peso. Eu ví vários tijolos maciços, uns maiores e outros menores, cada tijolo com um nome de alguém. Estes eram as ofensas que não conseguia perdoar.

Tirei o primeiro tijolo, o nome do primeiro a ser perdodo. Coloquei aquele bloco pesado sobre o altar e pedi para Ele quebrar! Não quero carregar isso! Não serve para nada, bloco inútil, incômodo, enfadonho e desgraçado! Terrível coisa é não perdoar! O primeiro bloco eu golpiei com o meu martelo. Ele me dera forças para quebrar o tijolo! Não era o único!

Haviam vários tijolos, muitos com o mesmo nome. Alguns eram mais leves que outros. Fui procurando em minha mochila, nome por nome, para eliminar um de cada vez. Em um nome em particular haviam uns 3 tijolos; um dos quais era mais escuro. Golpeiei o tijolo escuro, mas parecia não ter surtido efeito no tijolo. Haviam alguns que eram mais duros! Estes eu insistia! E orava, "Pai, me dá forças, quebre estes tijolos para mim".E golpiava uma vez atraz da outra, e o que a princípio era uma arranhão se tornava um pequeno desgaste, aos poucos uma pequena fissura até que enfim o tijolo cedia e quebrava! Uffa!

Alguns exigiam mais persistência, outros exigiam mais oração, mas um a um os tijolos foram quebrados.

Minha lista de nomes acabou. Parei, olhei para a mochila mas mesmo assim ela me parecia muito pesada : / o que estava errado? Coloquei a mão no fundo da mochila, e lá estavam mais tijolos! Muito mais do que todos já quebrados naquele altar. Eu não passei por todos os nomes já?. Tirei uma e olhei o nome, lá estava, era o meu nome que estava na nos incontáveis tijolos restantes.

Quando me dei conta disso olhei para cima em sinal de buscar mais ajuda.. foi quando o sono me tomou e dormi.